A sede do XXXIV ENECOM foi definida ainda em
julho do ano passado, ao fim do ENECOM DF 2012, realizado na UNB de Brasília.
Quando o Coletivo ENECOS Piauí assumiu a responsabilidade de organizar em seu
estado o ENECOM do ano seguinte, o Brasil enfrentava uma enorme onda de greves.
Cerca de 350 mil servidores públicos de 30 setores, de professores
universitários a policiais, estavam parados em todo o país. Enquanto estudantes
e membros da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social,
participamos do Ato pela Educação realizado em Brasília, levando centenas de
encontristas do Enecom DF 2012 para a esplanada dos ministérios em Brasília. No
Piauí, desde 2011, apoiamos o Movimento SOS UESPI, que surgiu como forma de
denunciar a reverter a situação de precarização da Universidade Estadual do
Piauí.
E ainda, três meses depois daquele encontro, o
Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), a Federação Nacional dos
Jornalistas (FENAJ), a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação (INTERCOM) e a Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
(SBPJor) lançavam uma carta ao Ministério da Educação (MEC) exigindo a imediata
aprovação das Novas Diretrizes curriculares para o curso de Jornalismo (NDJ) –
propostas ainda em 2009, e fomentando a Campanha da ENECOS contra essas Novas
Diretrizes: “Somos Tod@s Comunicação Social”, já em 2010. Sobre as NDJ, vale
dizer que foram formuladas por com conselho de “notáveis”, sem consulta
democrática e verdadeiramente representativa dos estudantes de comunicação
social do país, e que, entre outras coisas, objetivam
que o Curso de Comunicação Social acabe e se transforme numa grande área do
conhecimento, (Caso das áreas de Exatas, Humanas, Saúde, etc). Dessa forma,
todas as habilitações virariam cursos independentes, sem o tronco comum que os
tornava Comunicação Social. Essa realidade já é um fato concreto, uma vez que
as NDJ foram recentemente aprovadas, e os cursos de Editoração, Publicidade e
Propaganda e Cinema, já vêm passando por essa mudança.
Considerando
esse contexto, desde já sabíamos que o próximo ENECOM deveria se voltar para
uma das três bandeiras principais de luta desta Executiva: A Qualidade de
Formação do Comunicador (QFC). Por isso, nesse XXXIV ENECOM, viemos com o tema
“Somos Tod@s Comunicação Social: (Des)Construindo Diretrizes”.
Com isso,
pretendemos, para além de discutir as Novas Diretrizes Curriculares, aglutinar
verdadeiramente todas as várias habilitações do curso de comunicação em torno
de questões que atingem a todos nós (qualidade de formação, estrutura das
universidades, grades curriculares, realidades de estágio, pesquisa e
extensão), bem como questões específicas, como o papel social de cada
habilitação (e sua área de atuação) para com a sociedade brasileira de modo
geral.
Além disso,
(Des)Construir Diretrizes também é uma analogia ao nosso potencial de
transformação social (enquanto futuros profissionais da comunicação) e dever de
desfazer ou alterar normas hoje vigentes em nossa sociedade e que são objeto de
outras bandeiras da Executiva, como o projeto de comunicação enquanto
mercadoria que possuímos hoje no Brasil (bandeira de Democratização da Comunicação) e as representações de gênero, orientação
sexual, etnias e classes econômicas nos mais variados produtos midiáticos
(bandeira de Combate às Opressões).
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